segunda-feira, 7 de março de 2011

Gaia

Hoje mais um dia como outro qualquer, levantei de minha cama fiz todo ritual que o mundo capitalista me obriga a fazer, me arrumei e sai de casa as 6:45 da manhã fui desperdiçar a minha juventude e toda a minha saúde, trabalhar ganhar pouco e enriquecer alguém esses são os meus objetivos diários e de segunda a sexta eu o faço.



A aparência do dia estava diferente, melancólica, triste ou simplesmente carregada, a neblina cobria toda a superfície que se estendia a minha frente, tudo era visível e invisível aos meus olhos.


Nunca havia me sentido assim antes, pedalando minha bicicleta eu olhava o horizonte a procura de um brilho solar e nada via, as coisas estavam estranhas os sentimentos confusos, pois por mais quente que seja o sol, ele me inspira vejo nele o brilho que brilha pra mim e que brilha pra todos, mas as pessoas estão cada vez mais preocupadas com suas manias e tentativas de se ter dinheiro, que se esquece de olhar para o sol e senti-lo.


Já são 7:18 da manhã me aproximo de uma janela qualquer e vejo mais neblina, o vento sopra frio e os braços ao redor do corpo se tornam confortáveis. O mundo hoje parece estar em silêncio, as pessoas trabalhando em câmera lenta, ou eu mentalizando em câmera lenta tudo ao meu redor.


Sempre antes de sair de casa pela manhã ligo meu computador e tento dar uma lida nos jornais, e me parece que nos últimos dias as noticias sempre são as mesmas, “ Rio de Janeiro esta debaixo da água” Vejo pessoas chorando, se afogando se perguntando por que tudo isso esta acontecendo, neste momento não existe capitalismo, pois a água levou as mansões e os barracos, levou mais barracos que mansões, mas isto era de se esperar já que apenas uma minoria dos brasileiros conseguem luxo e conforto isso principalmente se olhando estados como Rio de Janeiro e São Paulo, ambas tidas como a fábula de sonhos pro resto do país.


A neblina e as noticias tornam meu dia triste, fico triste por ver crianças e cachorros e outros animais morrendo, por ver gente miserável perder o travesseiro em que dormia, fico triste de ver que Gaia esta ativando seu organismo de defesa, mas fico feliz que isto esteja acontecendo, pois aos meus olhos somente assim algo irá sobreviver.


Neste momento você irá me julgar insensível, pois fico feliz, ou porque acredito que algo sobreviverá. Eu digo a você que neste texto existe total sensibilidade com a dor humana, mas sabe desde que o mundo é mundo e o homem é homem existe um instinto de destruição, ou “transformação” e um dia um cientista não sei ao certo qual, disse que toda ação tem uma reação e isso é evidente. Apenas colhemos o fruto plantado.


Quando nascemos somos ensinados a ter uma religião e acreditar em um Deus, somos ensinados a escolher um amor, um parceiro ou parceira geralmente de sexo oposto, somos ensinados a fazer política e aceitar o mundo como ele é, entre outras coisas, tudo nos ensinam. Nos ensinam a questionar, mas ninguém se da a liberdade de ser questionado.


7:54 Da manhã, e agora sim vejo o sol... Vejo ele irradiando brilho, vejo o verde da copa das arvores mais verde, estive pensando tudo nos é ensinado e tudo aceitamos, mas será que temos essa capacidade inacreditável de raciocínio, somente pra ser os seres mais ignorantes de toda à superfície terrestre? E simplesmente destruir a casa luxuosa que nos foi dada para morar?

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